Este romance estrutura-se à volta de dois vetores fundamentais: a história da família Maia e a crónica de costumes, ou seja o retrato do Portugal da segunda metade do século XIX.
A HISTÓRIA DA FAMÍLIA
A história da família Maia, com efeito, foi o pretexto que o autor encontrou para caracterizar três gerações que se encontram delineadas na obra, o que lhe permite traçar uma linha temporal cronológica, marcada por mutações sucessivas. Deste modo, são-nos apresentadas:
- a geração das lutas liberais e absolutistas e que corresponde, na obra, à juventude de Afonso da Maia;
- a geração ultra-romântica, a que pertence Pedro da Maia e que sobreviverá na figura de Tomás de Alencar;
- a geração do Portugal da Regeneração, aquela em que Carlos se insere.
A CRÓNICA DE COSTUMES
Ao dar à sua obra o subtítulo "Episódios da Vida Romântica", Eça de Queirós abre caminho à caracterização do Portugal da segunda metade do século XIX, de uma forma profundamente crítica e satírica, revelando os defeitos sociais que impedem o progresso e a renovação das mentalidades.